quinta-feira, 29 de março de 2012

12- Climax e por aí vai

Seus dedos finos estavam se enrolando nos meus pelos do peito. Eu a abraçava extasiado. Eu faria qualquer coisa por essa mulher. Eu estava muito envergonhado por ser tão pobre e tosco. Se eu quisesse me casar com ela (e queria) eu tinha que trabalhar, conseguir dinheiro, para comprar uma casa boa e bonita, para quando, quem sabe, nós tivéssemos filhos eu pudesse sustentá-los, dar-lhes uma boa educação, para que não passassem por isso quando conhecerem o amor da vida deles.

Sentia que poderia trabalhar direto, todos os dias da semana, só para ter uma hora, domingo à noite, para quando chegar em casa, ver ela. Te-la para si, como estava naquele momento. Acariciei as suas costas com a ponta dos dedos. Ela tinha uma pele tão macia. Tão perfeita, tão branquinha. Chegava a ser feia a comparação entre a minha mão, morena, seca e áspera com aquela pele de Afrodite. “Sua pele parece um pêssego” eu disse para ela. “Doce e com pelinhos?” ela perguntou , ironizando. Eu sorri e apertando-a mais um pouco contra mim respondi “Aveludada”. Ela não me respondeu nada. Ambos suspiramos. “A propósito, eu ainda não sei o seu nome” ela subiu até ter os olhos na altura dos meus “ Você não precisa saber. Eu não preciso ter nome. Basta dizer que sou toda sua. E que eu serei para sempre.” Nos beijamos.

Um beijo era mais doce que outro. Parece que as semelhanças dela com um pêssego eram sim, mais que uma. Mordi meu lábio quando o beijo se encerrou. Ainda podia sentir os lábios dela nos meus. Tudo nela era perfeito, até mesmo o cheiro que ela exalava era doce e suave.

Ela levantou por um estante da cama. “ Vou lavar o rosto” Ela disse, e foi andando até o banheiro. Eu tive vontade de levantar e ir com ela, mas sabia que isso seria idiota. O jeito era esperar ela voltar. Escutei o ranger agudo da torneira, depois a água saindo de dentro. Espero que a água não esteja enferrujada. Tomara que não esteja. Escutei o ranger novamente. Ela voltou. Deveria eu perguntar sobre a água? Ou fingir que minha água nunca foi enferrujada?

Esqueci o que eu estava pensando, momentaneamente, quando ela deitou em cima de mim novamente. Abracei-a. Porque sempre tinha que ficar longe de mim?

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