sexta-feira, 30 de setembro de 2011

El jaguar enamorado por la luna

A la noche, se quisera puede ir
en las águas sumerjida ella se encuentra
lenta e suavemiente como zefir
o nadando ágil como la lontra

Até que certa noche de verano
un fuerte jaguar fué a el rio
solo saciar su sed, pero el la vio
y la luna seguio tomando su baño

Ellos se miravan passionados
pero como se van a encontrarse?
y toda noche frente a lagos
el jaguar la via a banarse

La agua es como millones de espejos
passionado, en el lago el jaguar entro
él quiere ir a correr a su encuentro
mas la bella luna está a muy lejos

las estrellas sentilando en el cielo
como plata brillan en sus ojos
la tristesa que es fria como hielo
los dos siguen muy muy lejos

la luna está se banhando en el rio
com a pele branca como la nieve,
Por un tiempo ainda que breve
presenció bellesa que nunca se vio

Y quado llega la mañana
del jaguar que era vallente
lagrimas goten por su frente
pos la lua se fue, ya no se bana

terça-feira, 27 de setembro de 2011

6- Momentos no onibus

Eu devia ter vergonha de fita-la nos olhos, assim tão descaradamente. Mas ela não parecia se incomodar. Ela voltou para o lugar dela, na janela. Ia olhando despercebida a rua lá fora, quando em um sobressalto ela exclamou “Passei do meu ponto!”. Coitadinha, parecia meio abalada, um tanto confusa. Eu abri a boca para falar. Fechei de novo. Mais então abri novamente. Agente nunca mais se veria, muito provavelmente “Que tal parar no próximo ponto?” Falei o mais educadamente possível. Não queria que ela pensasse que eu a achava burra ou algo do gênero. Ela olhou para baixo, constrangida. “Pois é... É o mais lógico, não?” Ela bateu um calcanhar no outro, fazendo estalar os saltos dos sapatos boneca. “ Pena que eu nunca desci no próximo ponto, quer dizer...” Ela me apontou a janela “olha como é lá fora!” Era uma rua escura, meio suja, mais foi só isso que eu vi nela. “eu não consigo andar lá. Eu espero o ônibus dar mais uma volta, e parar no ponto anterior, quando isso acontece” ela corou e falou baixinho, talvez achando que eu não estava escutando “o que ocorre com certa freqüência”. Eu não gostava de ver ela daquele jeito. Sim, ela ficava linda constrangida, meiga. Era algo bonitinho de se ver. Mais me partia o coração. Ela parecia meio desamparada, e eu tinha uma vontade louca de fazer ela se sentir melhor. Mais o que eu podia fazer?

Pensei seriamente em oferecer meu braço, para descer nesse ponto com ela. Mais ela não ia aceitar a ajuda de um estranho maltrapilho e bizarro que do nada, decidiu socializar com ela. Mais uma coisa eu podia fazer. Podia ficar no ônibus com ela. Talvez não fosse a melhor companhia. Mais não deixava de ser uma. Sem contar, que eu podia ficar olhando para ela, escutando a sua voz. Deixei-me envolver novamente pela mágica que ela exercia. Ela era perfeita. Simples assim.

Para ser sincero, eu fui meio egoísta. Fiquei um tanto feliz por ela ter perdido o ponto. Não queria me separar dela. Não ainda. Não agora.

O silêncio era bom. Permanecemos muito tempo assim. Mas assim como ontem, eu queria falar com ela. Era tão interessante. Tudo era interessante. Deis de o que ela falava até como ela falava. Como os lábios se mexiam, quando e como ela piscava. Meu Deus do céu, tão apaixonado... Tão apaixonado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Choro e vela

Se você tivesse um lenço
Para deixar aqui comigo
o-teria sempre junto, amigo
do arfante peito, penso

Se tivesse uma rolinha
para me trazer mensagens
Que felicidade a minha
se me dissesse que vens!


Mas não há pomba, não há lenço não há bilhete na porta
Uma sequer palavra para quem te quer e quem te vela
para quem realmente importa
nem choro nem vela
não há tinta para a carta
nem tinteiro nem aquarela

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

zarpando

Essa água tem um gosto
tão salgado quanto o mar
Quão tristonho é o rosto
que as gotinhas vem salgar

sábado, 10 de setembro de 2011

5- Acaba a persaguissão

Vi o ônibus dobrando a esquina. Dei um pulo. Fiz sinal para ele parar, meio tímido. Retrai o braço aliviado, por não ficar mais naquela posição que chamava tanta atenção, e porque o ônibus estava logo ali. Não tinha corrido toda a quadra em alguns segundos em vão.
Catei o dinheiro para o ônibus, o dinheiro que eu tinha ganhado ontem. Dei tudo para a cobradora. Ela me devolveu mais da metade.
Dirigi o olhar para o interior do ônibus procurando-a. Não foi difícil de achar. Logo vi os olhos coloridos que olhavam para mim. Agarrei-me em um banco, quando o ônibus começou a entrar em movimento. Era incrível como ela chamava atenção. Tão discreta. Só os olhos voltados em minha direção. Não era ela, era o ar envolta dela. Como se o sol estivesse sempre vindo por detrás dela.
Sorri. Eu estava feliz. Feliz por vê-la de novo. Tão surreal. Tão real. Eu estava cegamente apaixonado. Respirei fundo. Teria coragem de falar com ela? O que eu deveria falar? A timidez tomava conta de mim.
Sentei-me paralelo a ela, na outra fileira. Abri a boca para falar com ela, as palavras me escapavam. Minha boca estava seca. “Hum...” comecei a falar ela se virou para mim. Tão linda. “ Eu não tive tempo de agradecer por ter pego meu caderno.” Ela continuou olhando para mim, e eu me vi na obrigação de falar mais “Então, obrigado. Muito obrigada mesmo, foi muito...” ela sorriu “...gentil...” ela continuou sorrindo. Tão linda em cada detalhe, ela parecia ainda mais linda do que ontem “... da sua parte...”. Ela riu, tinha uma risada baixa e linda. Só mostrava os dentes de cima quando ria. Ela tinha uma boca de boneca; pequena, com os lábios superiores finos e os de baixo carnudos, avermelhados, que se moviam com graça enquanto ela dizia; “Não foi nada” Ela ainda olhava para mim. “Posso te fazer uma pergunta?”
Agora e me encontrava em uma situação difícil. O que ela queria saber? Eu ia conseguir responder? Será que ela estava se preparando para zombar de mim? O que ela ia querer comigo? Para todos os efeitos, a pergunta dela só tinha uma resposta. “uhum” respondi, positivamente. Ela saiu do banco da janela e veio para o banco do corredor. Agora estávamos a um corredor de ônibus de distancia. Tão perto. Mais tão longe. Piegas eu sei. Mais um dia todos hão de passar por uma situação assim e irão me entender. “porque você publicou o desaparecimento do seu caderno no jornal. Quer dizer, o que tem de tão especial nele?”. Engoli em seco. O que eu devia responder agora? Não tinha nada de útil nele, tirando é claro, o que se relacionava a ela. “Bem...” eu estava tentando inventar alguma coisa quando ela disse “Estou sendo inconveniente? Desculpe...” ela pareceu meio retraída, mais tímida “Não, não, não é isso não. Não...” ela voltou a me ouvir, atenta. “ Quer dizer, você leu ele não leu? Aqui dentro tem...” Os olhos de gato me hipnotizavam. Tinha que me concentrar no que eu estava falando, o mínimo erro e seria adeus. “... Minhas dividas.” Foi o melhor que eu encontrei na hora. Não preciso dizer tudo que me passou na cabeça, respostas melhores, e mais de mil motivos para não ter usado essa desculpa.