terça-feira, 29 de maio de 2012

Ana Aléxia

Ana Aléxia se olha no espelho
Com a mão tira um fio de poeira
nos olhos as lagrimas e o vermelho
na face uma esquálida caveira

Invejando as mulheres belas
sua imagem era pura agonia
não era preciso radiografia
para ver suas costelas

Seu formato não seguia normas
em suas mão estranhas formas;
O que era um indicador
o que era um polegar?
Dedos finos sem pudor
afinando sem cessar

De longe pareciam dois palitos
Seus braços e pernas esquálidos
Ana Aléxia, em osso e coro
Como um palito de fosforo
estalando em brasas
Imagem sombria que escorraça
que ao queimar torna-se preto
subiu aos céus com suas asas
Deixando no mundo sua carcaça
Em formato de esqueleto

domingo, 6 de maio de 2012

Ó vida, ó céus

Viver, pelo que me contam
e ser levado por um rio
sozinho soturno e sombrio
Viver, pelo que me contam
é deslizar pelo ermo
com medo, com frio e enfermo

Sonhar, pelo que me contam
é necessário nessa vida
para secar cada ferida
e cada lagrima que aqui derramam

O meu grande medo
é que ao chegar no fundo
eu olhe para isso tudo
e não tenha valido a pena
Mas, ora, porque fazer cena?
Se eu só deslizo mundo a fora?
Não sou eu que decido se fico ou vou embora

Pequena estrofe

O que é uma vida sem o amor?
é um chip fora do celular
como um arco-iris sem cor
o ser humano é feito para amar