"Por que você se importa? Nem quanto Jörg foi executado você fez alguma coisa. Trinta anos depois você acha que alguém ainda vai se interessar por isso?"
O senhor suspirou e foi até sua garrafa de cristal e se serviu de mais meio copo de whisky. Pegou outro copo que estava ao lado da garrafa e serviu dois dedos. Deu o copo para ela e sentou-se novamente. Ele cheirou a bebida, com os olhos fechados e bebeu mais um pouco. Ela agradeceu a dose, levantando o copo em um brinde silencioso em direção a ele e então deu uma bebericada. Era um delicioso scoth single malt e ela realmente desejou ter visto o rótulo sua garrafa original.
"Você ainda é muito nova e não sabe o que te espera. Existem bandidos que não sabem a diferença entre um policial e um delegado. Existem bandidos que são presos e quinze anos depois voltam para matar o promotor da acusação na porta de casa. E existe o tipo de bandido que mata um funcionário da polícia ainda no inicio de uma investigação em plena ditadura militar. Acredite em mim, eu já trabalhei com senhores bem durões que morreram por descuidos menores. Você veio atrás de mim com o inquérito na mão, o que estava pensado? Você poderia estar batendo na porta do assassino de Jörg. Sabe-se lá Deus em que cova rasa você estaria nesse exato momento e em que fogueira os autos estariam"
Um momento de silencio pairou no ar pesado da sala com cheiro de madeira. Ouviu-se o canto sinistro de uma corujinha-do-sul marcando seu território do lado de fora. Ela suspirou.
"Você sabe quem é o delegado responsável atualmente?" Ela perguntou
"Não" ele respondeu "mas eu sei qual é a delegacia"
Ela encarou o fundo do copo, fazendo o liquido rodopiar no fundo de cristal.
"Fica na André de Barros" completou.
Ela deixou o copo na mesa de centro e se levantou.
"Muito obrigada por me receber. Tem certeza que não quer saber meu nome?" Ela perguntou.
"Sinceramente, eu não queria nem nunca ter visto seu rosto, minha jovem"
Ela assentiu em silencio e estendeu a mão, para cumprimenta-lo.
Ele a cumprimentou com o pulso firme. Olhou ela nos olhos, com seus olhos pequenos e coberto de rugas. Ela sentiu algo naquele olhar, mas não sabia dizer o que era. Ela nunca foi boa em contato visual.
"Adeus" ele disse e abrindo a porta disse em tom de cautela "e nunca mais me apareça nessa casa".
Ela saiu da casa e quando estava na calçada em direção a rua escutou o senhor recomendo " Faça a coisa certa".
Ela voltou para casa insatisfeita e perturbada. A visita que era para solucionar o mistério de vez só trouxe mais questionamentos. Quem era essa sirenka? Quem matou Jörg? O quê foi que Jörg descobriu? Fez todo o caminho de volta para a Trajano Reis sem encontrar a resposta de nenhum de seus questionamentos.
Chegou em casa e colocou água para ferver. Vanderlei estava dormindo, encolhido no sofá, mas Fritz Hans veio de dentro de seu quarto cumprimenta-la esfregando sua pele de pêssego em suas pernas. Ela tirou Fritz do chão e o deixou no apoio do sofá. Ele estava com as costas empinadas e miava suplicante por atenção. Ela acariciou a nuca do gato pelado, enquanto ele retribuía com cabeçadas e afiava as garras no sofá, ronronando contente.
A água ferveu. Ela deixou Fritz e pegou um copo plástico de macarrão instantâneo sabor legumes de dentro do armário. Abriu a vedação de alumínio e tomou cuidado para derramar água quente até o limite indicado no interior do copo. O cheiro do tempero industrial do macarrão encheu suas narinas, foi quando ela percebeu que estava com muita fome. Fechou a vedação de alumínio novamente, quase queimando a ponta dos dedos no vapor. Ela teria que esperar intermináveis três minutos até que pudesse comer. Ela colocou 'Meet the Bullet" do Drownig Pool para tocar, por que ela sabia que depois da introdução chata a musica teria aproximadamente três minutos. Enquanto a musica estava tocando ela tirou roupa e tomou uma ducha gelada. Passou a mão no cabelo molhado e percebeu que ele estava com comprimento suficiente para afundar quando pressionado. Saiu da ducha sem se enrolar em uma toalha e secou as mãos.
Pegou sua maquina elétrica e configurou para o corte em tamanho 01. Puxava os fios para trás com uma mão enquanto a outra manejava a maquina barulhenta. Milhares de cabelos com poucos milímetros de comprimento se espalharam pela pia e pelo seu corpo molhado. A sensação de prazer que tinha ao sentir o cabelo sendo raspado beirava o êxtase. Sentiu um arrepio pelo corpo e todos os seus pelos se eriçaram. O som da maquina era mais relaxante que um mantra. Esse efeito foi cortado pela lembrança das fotos no inquérito do corpo com o cabelo queimado parecendo uma pasta plástica grudada ao crânio.
Ela usou um espelho de mão para ver se tinha raspado toda a região de trás da cabeça.Quando desligou a maquina a musica já tinha acabado. Retornou ao banho para tirar o cabelo que tinha se espalhado. Deixou a água escorrer pelo seu corpo e, fechando os olhos com prazer, passou as mãos pela cabeça sentindo o couro cabeludo nú receber a água diretamente do chuveiro. Esfregou com afinco sabonete por todo o corpo até sentir a pele ter textura de borracha sem nenhuma oleosidade. Lembrou-se das manchas causadas pelo livor mortis no corpo misterioso.
Saiu enrolada na toalha e se secou. Voltou para a sala com a toalha enrolada no corpo e pegou um par de rashis (talheres japoneses) de inox de dentro da gaveta. Abriu seu pote quente de macarrão instantâneo sabor legumes. Sentou de pernas cruzadas no sofá ao lado de Vanderlei. Pegou um maço de macarrão e enfiou boca a dentro, chupando os fios que ficaram para fora da boca com gosto. Sentiu o macarrão morno aquecer sua barriga. Lambeu os lábios limpando o caldo de legumes, somente para embebedar ele novamente com mais macarrão. Enquanto se deliciava com o macarrão lembrou das próteses dentarias de syreka.
Esses potes de cup noodles são pequenos demais. Ela terminou, insatisfeita, deixou os rashis na pia e jogou o pote plástico no lixo. Foi deitar ainda com fome. Fritz Hans a acompanhou até a cama e se aninhou na curva de sua coxa.
Ela olhou uma ultima vez para o enorme inquérito parcialmente apodrecido em cima de sua cabeceira.
Ela estava tão exausta que nem mesmo sua perturbação a impediu de dormir.
"Fica na André de Barros" completou.
Ela deixou o copo na mesa de centro e se levantou.
"Muito obrigada por me receber. Tem certeza que não quer saber meu nome?" Ela perguntou.
"Sinceramente, eu não queria nem nunca ter visto seu rosto, minha jovem"
Ela assentiu em silencio e estendeu a mão, para cumprimenta-lo.
Ele a cumprimentou com o pulso firme. Olhou ela nos olhos, com seus olhos pequenos e coberto de rugas. Ela sentiu algo naquele olhar, mas não sabia dizer o que era. Ela nunca foi boa em contato visual.
"Adeus" ele disse e abrindo a porta disse em tom de cautela "e nunca mais me apareça nessa casa".
Ela saiu da casa e quando estava na calçada em direção a rua escutou o senhor recomendo " Faça a coisa certa".
Ela voltou para casa insatisfeita e perturbada. A visita que era para solucionar o mistério de vez só trouxe mais questionamentos. Quem era essa sirenka? Quem matou Jörg? O quê foi que Jörg descobriu? Fez todo o caminho de volta para a Trajano Reis sem encontrar a resposta de nenhum de seus questionamentos.
Chegou em casa e colocou água para ferver. Vanderlei estava dormindo, encolhido no sofá, mas Fritz Hans veio de dentro de seu quarto cumprimenta-la esfregando sua pele de pêssego em suas pernas. Ela tirou Fritz do chão e o deixou no apoio do sofá. Ele estava com as costas empinadas e miava suplicante por atenção. Ela acariciou a nuca do gato pelado, enquanto ele retribuía com cabeçadas e afiava as garras no sofá, ronronando contente.
A água ferveu. Ela deixou Fritz e pegou um copo plástico de macarrão instantâneo sabor legumes de dentro do armário. Abriu a vedação de alumínio e tomou cuidado para derramar água quente até o limite indicado no interior do copo. O cheiro do tempero industrial do macarrão encheu suas narinas, foi quando ela percebeu que estava com muita fome. Fechou a vedação de alumínio novamente, quase queimando a ponta dos dedos no vapor. Ela teria que esperar intermináveis três minutos até que pudesse comer. Ela colocou 'Meet the Bullet" do Drownig Pool para tocar, por que ela sabia que depois da introdução chata a musica teria aproximadamente três minutos. Enquanto a musica estava tocando ela tirou roupa e tomou uma ducha gelada. Passou a mão no cabelo molhado e percebeu que ele estava com comprimento suficiente para afundar quando pressionado. Saiu da ducha sem se enrolar em uma toalha e secou as mãos.
Pegou sua maquina elétrica e configurou para o corte em tamanho 01. Puxava os fios para trás com uma mão enquanto a outra manejava a maquina barulhenta. Milhares de cabelos com poucos milímetros de comprimento se espalharam pela pia e pelo seu corpo molhado. A sensação de prazer que tinha ao sentir o cabelo sendo raspado beirava o êxtase. Sentiu um arrepio pelo corpo e todos os seus pelos se eriçaram. O som da maquina era mais relaxante que um mantra. Esse efeito foi cortado pela lembrança das fotos no inquérito do corpo com o cabelo queimado parecendo uma pasta plástica grudada ao crânio.
Ela usou um espelho de mão para ver se tinha raspado toda a região de trás da cabeça.Quando desligou a maquina a musica já tinha acabado. Retornou ao banho para tirar o cabelo que tinha se espalhado. Deixou a água escorrer pelo seu corpo e, fechando os olhos com prazer, passou as mãos pela cabeça sentindo o couro cabeludo nú receber a água diretamente do chuveiro. Esfregou com afinco sabonete por todo o corpo até sentir a pele ter textura de borracha sem nenhuma oleosidade. Lembrou-se das manchas causadas pelo livor mortis no corpo misterioso.
Saiu enrolada na toalha e se secou. Voltou para a sala com a toalha enrolada no corpo e pegou um par de rashis (talheres japoneses) de inox de dentro da gaveta. Abriu seu pote quente de macarrão instantâneo sabor legumes. Sentou de pernas cruzadas no sofá ao lado de Vanderlei. Pegou um maço de macarrão e enfiou boca a dentro, chupando os fios que ficaram para fora da boca com gosto. Sentiu o macarrão morno aquecer sua barriga. Lambeu os lábios limpando o caldo de legumes, somente para embebedar ele novamente com mais macarrão. Enquanto se deliciava com o macarrão lembrou das próteses dentarias de syreka.
Esses potes de cup noodles são pequenos demais. Ela terminou, insatisfeita, deixou os rashis na pia e jogou o pote plástico no lixo. Foi deitar ainda com fome. Fritz Hans a acompanhou até a cama e se aninhou na curva de sua coxa.
Ela olhou uma ultima vez para o enorme inquérito parcialmente apodrecido em cima de sua cabeceira.
Ela estava tão exausta que nem mesmo sua perturbação a impediu de dormir.