segunda-feira, 18 de junho de 2012

Los Miserables


Hoje passei por uma situação extraordinária. Voltei fatigada para casa depois de passar uma dolorosa tarte no chuvoso centro de Curitiba. Sentei-me para estudar, decidida a só tirar os olhos da monótona apostila até terminar tudo que havia para fazer.
Foi então que eu vi jogado ao canto da minha escrivaninha um livro de bolso titulando "Los Miserables" nome que imediatamente prendeu minha atenção de tal forma que não pude evitar que um sentimento nostálgico se apoderasse de todo meu corpo e por fim minha alma.
Tal obra francesa não é nada mais nada menos que a obra favorita de meu falecido e saudoso Vovô Orilton, que apesar da origem humilde tinha um gosto muito grande por livros qual passou para minha mãe e esta passou para mim.
Com as mãos tremulas estendi a mão para pegar a obra que obviamente não era a original, e senti que fazia algo profano em ler não o grosso livro vermelho encapado com couro que meu vô outrora lera, mas essa misera versão de bolso, com capa mole e paginas vulgarmente grudadas ainda umas nas outras. " Ora, não perco nada lendo o prefácio, afinal estou aqui para estudar!" pensei abrindo o livro.
Antes soubera eu o que aconteceria comigo. Meus olhos arregalaram e minhas pupilas dilataram. Fundi-me ao livro como que por um elo inquebrável que se estendia deis de a palma das mãos onde sustentava o livro até a sola dos pés grudados intensamente no chão. Vivi por todas as emoções em um turbilhão de sentimentos que incorporava. Fui o bispo caridoso, fui a jovem ludibriada, fui o fugitivo mergulhado no remoço, fui o velho aproveitador, fui a menina abandonada, fui o inspetor invejoso, fui o insano menino de rua e fui o jovem apaixonado. Li o livro com tamanha voracidade que no mesmo dia em que abri o livro pela primeira vez, não soltei-o até ler a ultima letra da ultima pagina. Tinha lagrimas nos olhos e meu peito arfava. Foi por pouco que não senti as doces e calejadas mãos de meu avô acariciando-me os cabelos.
Com o tempo, tal chama fora se apagando, e eu voltava para minha patética realidade de vestibulanda solitária sem ter para quem reclamar sobre os espinhos da vida sem ter alguém para amar e ver que tais espinhos não passam do caule de uma bela rosa...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ensaio sobre o amor




Amor - essa cina-
Me parece trivial
É quase um instinto animal
mas que a todos fascina

Não sou eu quem o procura
Mas veja que loucura;
ele que me encontra
com violência choca-se
contra a minha face!

Em cada melodia, em cada flor
Em cada canto, em cada esquina
antes fora um delírio de menina
do que um sentimento indolor

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Selkies



Na misteriosa terra do fogo, existem profundos mares glaciais povoados por enormes peixes negros, baleias, pinguins e lobos marinhos... Porém de todas essas criaturas as mais fascinantes são as belas Selkies. Belas mulheres que possuem nadadeiras de focas e poem-se  a cantar dentre as pedras cheias de limo ao longo do cabo Horn... São águas difíceis aquelas! É necessário ser um marinheiro muito corajoso e muito homem para sobreviver a suas tortuosas ondas e tempestades... Mas não homem demais, se não pode acabar apaixonado por uma Selkie e se matar de tristeza como fez outrora o capitão Phillip Parker King.
Ora, uma Selkie não devora marinheiros. Ela nãos os mata afogados n'agua. Mata eles de amor! Pois uma Selkie ama mesmo é a liberdade da imensidão do mar, e jamais um homem como nos mostra o conto de Wastness

sábado, 2 de junho de 2012