segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Essa história não é sobre a Alemanha

    Com 84 anos e a saúde precária, Hindenburg foi convencido a candidatar-se a Presidente para as eleições de 1932, por ser considerado o único capaz a fazer frente a Adolf Hitler nas urnas. Hindenburg estava aposentado da vida política, pois já tinha governado a Alemanha em 1925, já com a idade avançada.  Ele ganhou as eleições de 1932 no segundo turno.  Hindenburg pouco podia fazer por ter a minoria no congresso.

Hindenburg odiava Hitler, mas mesmo assim foi considerado culpado por muitos pela sua ascensão. Isso porque Hindenburg foi presidente durante a República de Weimar, um período de adaptação da Alemanha que estava dando seus primeiros passos no mundo democrático. Ainda sim, fortemente influenciada pelas forças militares e por grandes proprietários de terra da antiga nobreza imperial.

   As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais. Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz. Durante aquela época nenhum partido foi capaz de obter a necessária maioria parlamentar que o permitisse governar. Os desacordos em relação às políticas econômicas, bem como a crescente polarização política entre os partidos de direita e de esquerda, impediam a formação de uma coalizão operacional e, por esta razão, após junho de 1930 uma sucessão de primeiros-ministros abdicaram tornando o ambiente político, social e econômico muito instável.

    Foi naquele período de instabilidade que o Partido Nazista emergiu de sua obscuridade como partido pequeno para a proeminência nacional. O Partido Nazista conseguiu aumentar drasticamente seu apoio popular ao se promover como um movimento de protesto contra a corrupção e a ineficácia do "sistema" de Weimar.

    Hindenburg acabou por nomear Hitler como Chanceler da Alemanha em Janeiro de 1933 que ascendeu ao poder dentro da constitucionalidade alemã da época.

    A perseguição e a violência contra judeus era clara. Mas judeus viviam em um território que não era frequentado pela maioria do povo Alemão e muitos deles se quer conheciam um judeu. Apenas 1% da população alemã era judia. Sem contar que judeus eram perseguidos desde a idade média então pode se dizer que a maioria dos alemães não se importavam. Quem protegia judeus também era morto. A verdade é que o Estado Alemão comandado por uma minoria rica tinha muito interesse na riqueza dos judeus, que por serem perseguidos durante muitas décadas tinha o costume de guardar ouro em casa por não poder contar com a segurança de um banco ou de um cartório.

    Não eram só os judeus que eram perseguidos. Ciganos e pessoas de pele escura no geral, comunistas, feministas e LGBT também tiveram que submeter-se ao silencio ou sofrer violência na rua. Quem habitava a Alemanha nazista mas não compactuava com seus ideais pode não ter perdido sua vida literalmente, mas perdeu todos os anos de vida e juventude para o medo, para o silêncio e para a fome.

    Indústrias como a Bayer,  Volkswagen, BMW, Mercedes e até mesmo a Coca-Cola, enriqueceram com o Holocausto. Por coincidência (ou não)  a mesma Bayer e a mesma Coca-Cola estão enriquecendo com a invasão de terras indígenas pelo garimpo e pelo agronegócio. Mas indígenas vivem em um território que não é frequentado pela maioria do povo Brasileiro e muitos deles se quer conhecem um indígena. Apenas 5% da população brasileira é indígena. Sem contar que indígenas são perseguidos desde a 1500 então pode se dizer que a maioria dos Brasileiro não se importa. Quem protege indígenas também é morto. 

E cá estamos perdendo nossos anos de vida e juventude para o medo, para o silêncio e para a fome.


Eu visitando  a exposição "Amazônia" mostra de Sebastião Salgado


Nenhum comentário:

Postar um comentário

::: (\_(\
*: (=' :') :*
·.. (,('')('')¤°.¸¸.·´¯`»